Economia é um domínio em que a cibernética teve aplicação e influência.
Na União Soviética
A Grande Enciclopédia Soviética define Cibernética Econômica como um campo científico em que abordagens cibernéticas são aplicadas à economia.[1] Ela facilita um diálogo entre microssistemas e macrossistemas.[2]
O design de sistemas de controle autorregulados para uma economia planejada em tempo real foi explorado pelo economista Oskar Lange, pelo ciberneticista Viktor Glushkov e outros ciberneticistas soviéticos durante a década de 1960. No momento em que a tecnologia da informação se desenvolveu o suficiente para possibilitar o planejamento econômico baseado em computadores, a União Soviética e os países do bloco oriental começaram a se afastar do planejamento[3] e acabaram por colapsar.
Projeto Cybersyn
Hayek
Friedrich Hayek participou do Simpósio sobre Princípios de Auto-Organização de 1960, organizado por Heinz von Foerster.
Hayek menciona a cibernética como uma disciplina que poderia ajudar os economistas a entenderem os "sistemas auto-organizados ou auto-gerados" chamados de mercados.[4] Sendo "fenômenos complexos",[5] a melhor maneira de examinar as funções do mercado é utilizando o mecanismo de feedback, explicado por teóricos cibernéticos. Dessa forma, os economistas poderiam fazer "previsões de padrão".[6]
Portanto, o mercado para Hayek é um "sistema de comunicação", um "mecanismo eficiente para digerir informações dispersas".[7] O economista e o ciberneticista são como jardineiros que estão "fornecendo o ambiente apropriado".[7] A definição de informação por Hayek é idiossincrática e precede a teoria da informação usada na cibernética e nas ciências naturais.
Por fim, Hayek também considera a ideia da mão invisível de Adam Smith como uma antecipação do funcionamento do mecanismo de feedback na cibernética.[8] No mesmo livro, Law, Legislation and Liberty, Hayek menciona, junto com a cibernética, que os economistas deveriam confiar nas descobertas científicas da teoria geral dos sistemas de Ludwig von Bertalanffy, além da teoria da informação e da teoria da comunicação e semiótica.[8]
Em direção a um Novo Socialismo
Uma proposta para um "Novo Socialismo" foi delineada pelos cientistas da computação Paul Cockshott e Allin Cottrell em 1995 (Towards a New Socialism), onde computadores determinam e gerenciam os fluxos e a alocação de recursos entre empresas de propriedade social.[9]
Referências
- ↑ «Economic Cybernetics». TheFreeDictionary.com. The Great Soviet Encyclopedia. Consultado em 29 de dezembro de 2020
- ↑ Maonescu, Manea (1 de janeiro de 2001). «Basic problems of economic cybernetics». Kybernetes. 30 (9/10): 1080–1086. ISSN 0368-492X. doi:10.1108/EUM0000000006546. Consultado em 29 de dezembro de 2020
- ↑ Feinstein, C.H. (setembro de 1969). Socialism, Capitalism and Economic Growth: Essays Presented to Maurice Dobb. [S.l.]: Cambridge University Press. p. 175. ISBN 978-0521049870.
At some future date it may appear as a joke of history that socialist countries learned at long last to overcome their prejudices and to dismantle clumsy planning mechanisms in favour of more effective market elements just at a time when the rise of computers and of cybernetics laid the foundation for greater opportunities in comprehensive planning.
- ↑ Hayek, Friedrich (1998). Law, Legislation and Liberty: Volume 1: Rules and Order. London: Routledge. 37 páginas
- ↑ Hayek, Friedrich (1967). Studies in Philosophy, Politics and Economics. London: Routledge. 26 páginas
- ↑ Hayek, Friedrich (outono de 2002). «Competition as a discovery procedure». The Quarterly Journal of Austrian Economics. 5. 12 páginas
- ↑ a b Hayek, Friedrich (1990). New studies in philosophy, politics, economics and the history of ideas. London: Routledge. 34 páginas
- ↑ a b Hayek, Friedrich (1998). Law, Legislation and Liberty: Volume 3: Political Order of a Free People. London: Routledge. 158 páginas
- ↑ Allin Cottrell & W.Paul Cockshott, Towards a new socialism (Nottingham, England: Spokesman, 1993). Retrieved: 17 March 2012.
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