Filho do major Antônio Álvares da Silva e de Ana Felisberto de Oliveira,[2] nasceu em Martinho Campos - à época chamada Abadia e então um distrito de Pitangui; mudou-se em 1853 para a "Fazenda de Sant'Ana", que era um dos últimos pontos de referência na erma fronteira entre Minas Gerais e a província de Goiás, fazendo-a prosperar e tornar-se importante ponto de pouso para as autoridades e viajantes, de forma que a consolidou como importante núcleo da região.[3]
Competente na administração dos negócios, produzia açúcar e cachaça, com o que enriqueceu em bens, escravos e apadrinhados políticos que lhe permitiram exercer diversos cargos após as emancipações de Dores e de Abaeté,[3] nesta última exercendo a vereança entre 1873 a 1881 (foi o primeiro presidente da Câmara, e portanto o intendente), dividindo seu tempo entre a fazenda de Sant'Ana e a casa na cidade, situada à praça da matriz (depois conhecida como "casa da botica").[2]
Foi casado com Isabel Carolina da Cunha Sampaio (em 15 de maio de 1847), que era filha de Joana Helena de Sá e Castro e do major José de Deus Lopes e com quem teve muitos filhos;[2] vários de seus descendentes tornaram-se também importantes líderes políticos da região, a exemplo dos filhos adulterinos - ou naturais - Frederico Zacarias (conhecido por "Sinhô") e Antônio Zacarias (conhecido como Dr. Nico, que era médico e foi deputado federal).[2][3]
Em sociedade com o engenheiro de minas Francisco Paula Oliveira tentou sem sucesso encetar a exploração de minério de ferro naquela região.[3] Politicamente era filiado ao Partido Liberal e em 1873, durante a crise com os conservadores que levaram à extinção do município de Dores do Indaiá, fazendo-a mudar a sede para Dores do Marmelada (atual Abaeté), capitaneou a reação liberal que finalmente logrou êxito em 1882, quando foi reinstalada a vila.[4]
Durante o reinado de D. Pedro II do Brasil adquiriu, após o pagamento de cem mil réis em emolumentos e outros trezentos mil réis em selos, o título de barão, que foi-lhe concedido em 2 de agosto de 1879, como Barão do Indaiá,[3] de acordo com decreto do ministério imperial datado de 19 de julho daquele ano; até então ele era coronel da Guarda Nacional.[5]
Na carta que lhe conferiu o baronato estava escrito:[2]
"... O Coronel Antônio Zacharias Álvares da Silva d’aqui em diante se chame Barão do Indaiá, e que com o referido título goze de todas as honras, privilégios , isenções, liberdades e franquezas , que hão e têm, e de que usam e sempre usaram os Barões, e que de direito lhes pertencerem."
↑Acervo da Biblioteca Nacional do Brasil. «Noticiario»(jpg). Ouro Preto. A Actualidade. Anno II (70). 30 de julho de 1879. Consultado em 13 de novembro de 2016