Roberto de Genebra nasceu no Castelo de Annecy; mais novo dos cinco filhos de Amadeu III, Conde de Genebra, e seigneur de Cruseilles, e Marie (Mahaut, Matilde ou Mafalda) de Boulogne, prima do rei da França. Sobrinho materno do cardeal Guy de Boulogne. Ele era chamado de cardeal de Genève.[1][2]
Criado cardeal-presbítero de Ss. XII Apostoli no consistório de 30 de maio de 1371. Obteve numerosos benefícios, incluindo os priorados de Etoy, Payerne, Douvaine (Alta Saboia). Legado na Lombardia e na Toscana, juntamente com o cardeal Francesco Tebaldeschi; como chefe de um exército de mercenários bretões, foi encarregado de controlar uma rebelião nos Estados Papais; deixou a cúria papal em 27 de maio de 1376.[1][2]
Cardeal de Genève foi responsável por massacres na guerra contra Florença, especialmente em Cesena em fevereiro de 1377; retornou a Roma em 13 de março de 1378.[1][2]
Em 1377, o Papa Gregório XI decidiu deslocar a sede do papado de novo para Roma. Participou do conclave de abril de 1378, que elegeu o Papa Urbano VI; esta escolha foi influenciada pela população de Roma, que queria assegurar com a eleição de um italiano a permanência do papado na cidade. A maioria dos cardeais de origem francesa discordava desta escolha e detestava o novo papa pela sua personalidade conflituosa. Em 14 de abril, Roberto, escreveu a Carlos V da França notificando-o da eleição do novo papa. No final do mês seguinte de maio, desgostoso com o comportamento do papa, começou a tramar uma revolta contra ele; os cardeais franceses foram a Anagni, quando estavam convencidos de que o papa era perturbado ou incapaz; declararam inválida a eleição de Urbano VI devido à violência exercida sobre eles; depuseram o pontífice em 9 de agosto; o cardeal de Genève foi um dos seus líderes.[1][2][3]
Participou do conclave de setembro de 1378, no qual os cardeais - quase todos franceses - se reuniram na catedral de S. Pietro, Fondi, perto de Anagni, no reino de Nápoles, e foi eleito antipapa na primeira votação; o fato de não ser francês ou italiano pode ter sido um fator decisivo em sua eleição.[1][2]
Foi proclamado em 21 de setembro pelo cardeal-diácono Pierre Flandrin. Coroado em 31 de outubro de 1378, não por um cardeal, mas pelo conde Onorato Caetani. Com sua eleição, o Grande Cisma do Ocidente começou. Ele criou trinta e quatro pseudocardeais em onze consistórios.[1] Fez sua entrada solene em Avignon em 20 de junho de 1379.[2] Para concretizar o cisma, Clemente VII excomungou e foi excomungado por Urbano VI e fixou residência em Avinhão.[3]
Ao contrário do seu opositor, Clemente VII era um diplomata experiente em manobras políticas e soube alcançar apoios para a sua causa. França, Saboia, os reinos espanhóis, Irlanda e Escócia rapidamente se uniram ao seu partido. Numerosas delegações e o uso da força permitiram-lhe obter o apoio do Reino de Nápoles e da Península Ibérica. Reconhecido pelos bispos de Basileia, Lausanne e Genebra (1378-1383).[2] Se mostrou particularmente ardiloso quando se valeu da crença do Santo Sudário para incentivar a fé católica e, ao mesmo tempo, gerar recursos para sua Igreja. Contrariando outras vozes da Igreja, declarou-a como autêntica, relíquia sagrada, e ofereceu indulgências a quem peregrinasse para a ver.[4]
O antipapa Clemente VII faleceu em 16 de setembro de 1394, entre 9 e 10 da manhã, de uma apoplexia, no Palácio dos Papas de Avinhão, após ter rezado pela intercessão do cardeal Pierre de Luxembourg para a remissão de seus pecados. Sepultado na catedral de Avinhão dois dias depois. Em 18 de setembro de 1401, durante o cerco do palácio papal em Avinhão, seus restos mortais foram transferidos, pelos cardeais dissidentes do antipapa Bento XIII, para seu túmulo definitivo na igreja dos Celestinos em Avinhão.[1]
↑ abcdefghijMariani-Pasche, Véronique (15 de julho de 2005). «Clément VII». hls-dhs-dss.ch (em francês). Consultado em 6 de dezembro de 2024
↑ abWalsh, Michael J. (2011). The cardinals: thirteen centuries of the men behind the Papal Throne. Grand Rapids, Mich: William B. Eerdmans Pub. Co
↑Stevenson, K. E.; Habermas, Gary R. (1981). La Vérité sur le Suaire de Turin: Preuves de la mort et de la résurrection du Christ. [S.l.]: Fayard. ISBN978-2213010953
↑«Genève, de». hls-dhs-dss.ch (em francês). Consultado em 6 de dezembro de 2024