Ann Kristen Syrdal (Minneapolis, 13 de dezembro de 1945 – San José, 24 de julho de 2020) foi uma psicóloga e pesquisadora norte-americana, conhecida por seu trabalho com a síntese de voz e por dar personalidade à voz utilizada por buscadores, como Siri e Alexa.
Biografia
Ann nasceu em 1945, em Minneapolis. Era filha de Richard e Marjorie (Paulson) Syrdal, que se conheceram quando trabalhavam para uma empresa de eletricidade que se tornou um gigante da tecnologia durante a Segunda Guerra Mundial. Seu pai era físico e engenheiro, tendo desenvolvido aspiradores de pó e outras tecnologias, morreu quando Ann tinha apenas 2 anos, assim ela foi criada pela mãe, que se tornou vendedora em uma grande loja de departamentos de Minneapolis.[1]
Ann se matriculou em psicologia, pela Universidade de Minnesota, mas não considerava uma carreira científica no começo. Seu professor no curso pediu ajuda em um experimento envolvendo ratos, o que a fez gostar do trabalho acadêmico e científico, ainda que tivesse alergia aos ratos. Ann obteve ainda um mestrado e um doutorado em psicologia antes de ser contratada como pesquisadora pelo Centro de Desordens da Comunicação, da Universidade do Texas, em Dallas.[1]
No começo dos anso 1980, Ann recebeu cinco anos de fundos de pesquisa dos Institutos Nacionais da Saúde, onde começou a trabalhar com a mecânica da fala humana para o KTH Royal Institute of Technology, em Estocolmo e para o Instituto de Tecnologia de Massachusetts. Sua pesquisa focava na percepção humana à percepção de sons falados.[2]
Síntese de voz
A síntese de voz não era uma área de pesquisa de interesse em qualquer laboratório da época, ainda que a AT&T já produzisse vozes sintéticas através da Bell Labs desde a Feira Mundial de 1939 em Nova Iorque. A tecnologia, entretanto, não acompanhou a evolução da computação e não atraía pesquisadores para a área.[1][3]
A forma como a voz se comportava parecia mecânica demais, masculinas e desagradáveis. Ann sugeriu então usar vozes femininas para diminuir o desconforto do usuário ao interagir com um computador. Seus colegas achavam que a voz feminina era apenas mais aguda que a masculina e não levaram a ideia a sério. Ann então desenvolveu a Julia, uma voz feminina, feito difícil de alcançar sendo que todos os modelos existentes eram com vozes masculinas. Dez anos seguintes, Ann fez parte da equipe do Bell Labs que desenvolveu a Natural Voices, um modelo de síntese de fala que viria a ser usado pela indústria.[1][3]
Ann e seus colegas, ao invés de desenvolver um modelo de voz do zero, desenvolveu uma técnica que juntava partes pré-gravadas da fala humane e depois as reorganizava em uma sentença reconhecível. A primeira gravação foi feita com seis mulheres, o que levou o sistema do Natural Voices ao primeiro lugar em uma competição de sintetizadores de voz em 1998, utilizando uma voz feminina.[1][3]
Vida pessoal
Ann casou-se quatro vezes, tendo um filho, duas filhas e oito netos.[1]
Morte
Ann morreu em 24 de julho de 2020, em sua casa em San José, devido a um câncer.[1][3][4]
Referências