Angu do Gomes

Parte da fachada do restaurante Angu do Gomes, em 2016.

O Angu do Gomes é um restaurante situado no bairro da Saúde, na Zona Central da cidade do Rio de Janeiro. Localiza-se na Rua Sacadura Cabral, em frente ao Largo de São Francisco da Prainha. O Angu do Gomes Tradicional, que dá nome ao restaurante, é o principal prato servido.

O Angu do Gomes, como negócio, foi um símbolo do Rio de Janeiro entre as décadas de 50 e de 80. As barraquinhas do Angu do Gomes no passado espalhavam-se pela cidade, onde trabalhadores e boêmios comiam com frequência devido ao preço popular.[1]

O restaurante de fato foi inaugurado somente em 1977, embora o negócio estivesse funcionando desde 1955 em carrocinhas. Reaberto em 2009, o seu cardápio é composto principalmente por angu e por derivados. O restaurante também serve diversos aperitivos, belisquetes, carnes, chapas, frangos, guarnições, massas caseiras e peixes.[2]

História

Em 1955, o português Manuel Gomes começou a vender angu em numerosas carrocinhas espalhadas pelas ruas da cidade. Um dos pontos tradicionais das carrocinhas era a Praça XV, onde Sérgio Mendes, Tom Jobim e Armando Pittigliani se reuniam com frequência para comer angu. Segundo Armando, o samba jazz surgiu devido à relação entre os músicos e o angu.[3] Em 1964, Manuel morreu e o negócio foi assumido por seu filho, João Gomes, que se associou a Basílio Pinto, responsável pela parte financeira e administrativa do negócio.[4] Segundo Basílio, o ex-presidente Juscelino Kubitschek, sempre que estava no Rio de Janeiro, encomendava a ele angu.[3]

Em 1977, João Gomes e Basílio Pinto, com o sucesso do negócio, fundaram o restaurante no Largo de São Francisco da Prainha, situado no bairro da Saúde, para servir de base para as operações das carrocinhas.[4] O restaurante contava com 300 funcionários, 40 carrocinhas espalhadas pela cidade e uma média de mil refeições diárias.[3] Em seus primeiros anos, o local era ponto de encontro de militantes da extrema-direita brasileira que, ali, planejavam assassinatos e atentados visando a perpetuação do regime militar até então vigente no país.[5][6] O restaurante passou por grandes dificuldades econômicas nos anos 80, oriundas da crise econômica e do surgimento dos estabelecimentos de fast-food e dos restaurantes de comida a quilo.[4] Em 1988, Basílio saiu da sociedade e, no ano de 1995, o restaurante fechou e as carrocinhas deixaram de circular pela cidade.

Em 2009, Rigo Duarte, neto de Basílio e formado em Gastronomia, junto com outros sócios, reinauguraram o restaurante em outro número do Largo de São Francisco da Prainha.[7][8]

Ver também

Referências

  1. «O Famoso Angu». Angu do Gomes. Consultado em 1 de julho de 2017 
  2. «Cardápio». Angu do Gomes. Consultado em 1 de julho de 2017 
  3. a b c «História». Angu do Gomes. Consultado em 1 de julho de 2017 
  4. a b c «A história do Angu do Gomes». Portal Edu Explica. 22 de setembro de 2010. Arquivado do original em 18 de agosto de 2018 
  5. Medeiros, Rogério; Netto, Marcelo (2012). Memórias de uma Guerra Suja. Rio de Janeiro: Topbooks. p. 118. ISBN 9788574752044 
  6. Faria, Tales; Ceolin, Adriano (6 de maio de 2012). «O restaurante onde ditadura e artistas se misturavam». Último Segundo. Consultado em 1 de julho de 2017 
  7. Seixas, Heloisa (28 de junho de 2009). «Angu no sal». Folha de S.Paulo. Consultado em 1 de julho de 2017 
  8. «Angu do Gomes». Maravilhas Gastronômicas do Estado do Rio de Janeiro. Arquivado do original em 10 de outubro de 2013 

Ligações externas

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