Na década de 1960, Brink, Ingrid Jonker, Etienne Leroux e Breyten Breytenbach foram figuras-chave no significativo movimento literário Afrikaans conhecido como Die Sestigers ("The Six -ers"). Esses escritores procuraram usar o afrikaans como língua para falar contra o governo do apartheid e também para trazer para a literatura afrikaans a influência das tendências contemporâneas do inglês e do francês. Embora os primeiros romances de Brink estivessem especialmente preocupados com o apartheid, os seus trabalhos posteriores abordaram a nova gama de questões colocadas pela vida numa África do Sul democrática.
Biografia
Brink nasceu em Vrede, no Estado Livre. Brink mudou-se para Lydenburg, onde se matriculou na Hoërskool Lydenburg em 1952 com sete distinções, sendo o segundo aluno do então Transvaal a alcançar esse feito, e estudou literatura Afrikaans na Potchefstroom University of South Africa. O seu imenso apego à literatura o levou-o à França de 1959 a 1961, onde se formou em literatura comparativa pela Sorbonne Université em Paris.
Durante sua estada, ele deparou-se com um facto inegável que mudou a sua opinião para sempre: os alunos negros eram tratados de forma igualitária aos demais alunos. De volta à África do Sul, ele tornou-se num dos mais proeminentes escritores Afrikaans, juntamente com o romancista Etienne Leroux e o poeta Breyten Breytenbach, a desafiar a política de apartheid do Partido Nacional através da sua escrita. Durante uma segunda estada na França entre 1967 e 1968, ele endureceu a sua posição política contra o Apartheid e começou a escrever em Afrikaans e Inglês para aumentar a sua audiência e superar a censura que enfrentava no seu país natal naquela época.
De facto, o romance Kennis van die aand (1973) foi o primeiro livro em afrikaans alvo de confiscação pela Censura do regime de Apartheid.[2]
André Brink traduziu Kennis van die ae para o inglês e publicou-o no estrangeiro, entitulado: Looking on Darkness . Esta foi a sua primeira autotradução.[3] Depois disso, André Brink passou a escreveu as suas obras simultaneamente em inglês e em afrikaans.[4] Em 1975, ele obteve seu PhD em Literatura na Universidade de Rhodes.
Nos anos setenta e oitenta, Brink (ao lado dos vencedores do Prémio Nobel da Literatuta Nadine Gordimer e J.M. Coetzee) tornou-se o mais famoso autor sul-africano com traduções dos seus trabalhos em mais de trinta línguas.
Em 2008, ecoando uma cena do seu romance A Chain of Voices, a família foi assolada pela tragédia, quando o seu sobrinho Adri Brink foi assassinado frente à sua esposa e filhos ma sua própria casa em Gauteng.[5]
Ele morreu durante um vôo de Amsterdão para a África do Sul após uma visita na Bélgica, onde recebeu um doutorado honorário da Université Catholique de Louvain francófona belga.[6] Brink foi casado cinco vezes. O filho de Brink, Anton Brink, é um artista.[7]
Trabalhos
Para uma lista de publicações mais abrangente, consulte o artigo em Afrikaans sobre André P. Brink.
Romances
O embaixador
Olhando na escuridão (1973)
An Instant in the Wind (1975) - selecionado para o Prémio Booker.
Rumours of Rain (1978) - selecionado para o Booker Prize
A Dry White Season (1979) - Prémio Memorial Martin Luther King[8]
↑Brink, André (11 de Setembro de 2010). «A Long Way From Mandela's Kitchen». New York Times. Consultado em 15 de Outubro de 2012. One of my novels had the dubious distinction of being the first book in Afrikaans to be banned under apartheid.
↑Brink, André (2003): "English and the Afrikaans Writer" in: Steven G. Kellman Switching languages. Translingual writers reflect on their craft. University of Nebraska Press, p. 218.