Seu trabalho desenvolvido durante a graduação, a Brochura Brasileira: Objeto sem Projeto, foi publicado pela José Olympio Editora em 1974. A obra é uma reflexão sobre a falta de cuidado com o projeto gráfico nos livros brasileiros do período, e aponta ainda a diferença de tratamento dada ao miolo e à capa. Ana Luisa inaugura uma longa trajetória de trabalho em torno do livro, seja como designer, editora ou escritora.[4]
Em 1980, fundou a A3 Programação Visual com Evelyn Grumach e Heloisa Faria, essa foi a primeira empresa de design constituída exclusivamente por mulheres no Brasil, onde permanece até 1996. Neste período, desenvolve identidade visual para uma série de empreendimentos comerciais, como o restaurante La Mole e os postos de conveniência da Shell. O foco de seus projetos, no entanto, se concentra no setor cultural, em especial cinema, teatro e livros.[4]
É deste período o projeto para a exposição Drummond, Alguma Poesia (1990), no Centro Cultural do Banco do Brasil do Rio de Janeiro (CCBB-RJ), que tem características marcantes do trabalho de Ana Luisa, como a simplicidade do desenho, resultante de uma busca constante por apuro formal, e a construção de discursos nos quais palavra e imagem se apoiam e tendem a ser tratadas com o mesmo peso.[4]
De 1996 a 2002, a designer integra a diretoria da Associação de Designers Gráficos (ADG) como membro do Conselho Consultivo.[4]
Em 1997 fundou a 19 Design, novamente com Heloisa Faria, onde permaneceu até 2003, concentrando-se cada vez mais no setor cultural, em especial no design editorial. É desse período a capa do livro Lado B (2001), do jornalista Sérgio Augusto, na qual podemos perceber a economia de elementos gráficos, o domínio da técnica e o uso apurado da cor, que caracterizam o design de Ana Luisa. Por esse trabalho recebeu o Prêmio da ADG.[4]
De 1997 a 2003, escreve regularmente para jornais e revistas sobre o campo do design no Brasil. Escreveu, nesse contexto, a obra O Efeito Multiplicador do Design (1999), com o qual obtém o primeiro lugar na categoria Ensaio, do Prêmio Museu da Casa Brasileira. O livro reúne ensaios que apresentam a indignação da autora com o pouco caso com que a atividade de desenhista gráfico e seus profissionais são tratadas no Brasil, buscando indicar rumos possíveis para a profissão.[4]
Em 2004 funda, com sua filha, Laura Escorel (1975), a Ouro sobre Azul Design e Editora, incorporando a edição de livros às suas atividades como desenhista gráfica. Com foco na reedição da obra completa do crítico literário Antonio Candido revista pelo autor, reúne títulos que se encontram dispersos por várias editoras ou fora de catálogo.[4]
Sua primeira experiência literária, deu-se em 2010, com a obra O Pai, a Mãe e a Filha. Trata-se de um texto memorialista em que trata de sua infância em São Paulo, nas décadas de 40 e 50. A obra revoluciona ao ser um texto autobiográfico escrito em terceira pessoa, mesclando e misturando as vozes da menina personagem principal do livro, com a autora.[4]
Com o livro seguinte, o romance Anel de Vidro (2013), torna-se a primeira mulher a ganhar o Prêmio São Paulo de Literatura.[1][2]