Apesar da Aliança Democrática ser um partido político bastante recente, tem apenas 8 anos, tem já uma longa vida de antecessores no que diz respeito à história da política na África do Sul, tendo sofrido várias coligações e separações ao longo desta.
O primeiro antecessor do agora partido da oposição sul-africana esteve activo durante 24 anos, entre 1910 e 1934. Chamava-se Partido Sul-Africano (South African Party) e ganhou as primeiras eleições na União Sul-Africana em 1910. Em 1934, o partido coligou-se com o Partido Nacional (National Party) passando a chamar-se Partido Unido (United Party). O novo partido tinha no seu meio elementos com ideologias políticas distintas, uns eram liberais e outros conservadores. O partido manteve-se activo até 1959, até que as diferenças no interior do grupo se sentiram, fazendo com que o Partido Unido se desintegrasse, dando origem a vários novos partidos políticos.
Foi nesse mesmo ano que surgiu um desses partidos, o Partido Progressista (Progressive Party), fruto da separação dos membros do Partido Unido. Este novo partido não concordava com a forma com que o seu antecessor lidava com as políticas do Apartheid implementadas pelo Partido Nacional (National Party). Nessa medida, o Partido Progressista enfatizou a necessidade de uma revisão constitucional, a criação de uma declaração dos direitos dos cidadãos, criar um órgão independente do poder legislativo responsável pela poder judicial e também uma nova postura do Governo perante o federalismo. Estas reformas tinha elas associadas uma economia de mercado livre. Em 1961, apenas Helen Suzman foi eleita no parlamento, e por isso, durante 13 anos foi a única deputada no parlamento sul-africano que se opunha à segregação e discriminação racial, num parlamento onde apenas "brancos" era permitidos. A partir de 1971, Colin Eglin passou a ser o líder do partido, sem que tivesse assento parlamentar. Contudo, em 1974, o partido conseguiu ganhar sete lugares para deputados.
Um ano após esse feito, em 1975, o Partido Progressista coligou-se com o Partido da Reforma (Reform Party) liderado por Harry Schwarz, também este um partido que tinha surgido da separação das várias alas do Partido Unido. O novo partido político passou a chamar-se Partido Progressista da Reforma (Progressive Reform Party).
Em 1977, dois anos depois da coligação dos dois partidos, alguns membros dissidentes do Partido Unido, que tinha formado o Comité para a Oposição Unida juntaram-se também eles ao Partido Progressista da Reforma, criando o Partido Progressista Federal (Progressive Federal Party). Frederik van Zyl Slabbert, líder do partido a partir de 1979, recusou um lugar no parlamento sul-africano em 1986, alegando que era, a seu ver, irrelevante. Mais tarde criou o Instituto para uma Alternativa Democrática para a África do Sul (Institute for a Democratic Alternative for South Africa). Foi sucedido por Colin Eglin, ex-líder do Partido Progressista. O partido foi considerado como a oposição parlamentar oficial pelo partido de extrema direita, Partido Conservador (Conservative Party) nas eleições parlamentares de 6 de Maio de 1987.
Democracia
Depois das eleições de 1987, o novo líder do partido, Zach de Beer, negociou uma coligação com outros dois partidos levando desta forma à criação do Partido Democrático (Democratic Party) em 1989. A nova coligação ganhou 36 deputados no parlamento nas eleições desse ano. O Partido Democrático teve um papel importante na negociação para a criação de uma constituição interina que defendesse os direitos e ideias progressistas que defendiam. Nas eleições de 1994, as primeiras após a abolição do Apartheid, o partido ganhou apenas 1.7% do total dos votos, o que representava 10 lugares no parlamento. A filha mais velha de Nelson Mandela, Makaziwe, e o irmão de F. W. De Klerk, Willem (co-fundador do partido) votaram pelo Partido Democrático nestas eleições.[1] Pouco depois das eleições, De Beer deu lugar a Tony Leon na presidência do partido. Este último defendia a salvaguarda dos direitos humanos de todos e o federalismo. O desempenho do partido melhorou bastante nas eleições de 1999, arrecadando 9,6% do total de votos, o que se converteu em 38 deputados eleitos. Nesta altura, o Partido Democrático substituiu o Novo Partido Nacional (New National Party) como oposição oficial ao Governo.
Em 2000, o Partido Democrático coligou-se com o Novo Partido Nacional dando origem à Aliança Democrática, o atual partido. Nas eleições de 2004, o partido obteve 12,4% dos votos, ou seja, 50 cadeiras parlamentares. É o segundo maior partido da África do Sul.