Alexandre Fillol Heliberto de Costa Torrentó y Domenech (Barcelona, 28 de Março de 1825 - Lisboa, 17 de Junho de 1891) foi um engenheiro e ferroviário espanhol.
Biografia
Alexandre Fillol nasceu em 28 de Março de 1825, em Barcelona, sendo parte de uma antiga família da fidalguia catalã.[1]
Estudou provavelmente numa escola religiosa, uma vez que na altura não existiam liceus, e aos 14 anos matriculou-se na Faculdade de Direito da Universidade de Barcelona, onde travou amizade com o futuro ministro e escritor Víctor Balaguer i Cirera.[1] Porém, pouco tempo depois iniciou-se um levantamento político na Catalunha de índole ultra-progressista, e Fillol, que tinha escrito vários artigos e folhetins nos jornais Porvenir e Constitucional, foi forçado a exilar-se em Perpignan, em França.[2]
Voltou a Barcelona depois de lhe ter sido concedida uma amnistia, mas já não estava interessado nos estudos jurídicos, tendo em vez disso juntado-se ao engenheiro Pedro de Lara, que tinha proposto a construção do primeiro caminho de ferro em Espanha, de Madrid a Aranjuez.[1][2] No entanto, pouco depois Pedro de Lara abandonou o projecto, passando a concessão ao empresário José de Salamanca y Mayol.[1] Durante este projecto Fillol ganhou experiência prática na área da engenharia, que depois complementou com estudos técnicos, primeiro em Sevilha e depois em Madrid, na Real Academia de Belas-Artes de São Fernando, onde se formou como agrimensor.[1] Depressa se afirmou na sua profissão, tornando-se um especialista em caminhos de ferro, o que chamou a atenção de José de Salamanca, que o levou para Portugal, para trabalhar na construção das linhas do Leste e Norte.[1] Desta forma, Alexandre Fillol faz parte do grupo de técnicos espanhóis empregados por Salamanca, fundador da Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses.[1]
Posteriormente também participou na construção da Linha da Beira Baixa, passando depois a engenheiro subchefe dos Serviços de Via e Obras na Companhia Real.[1] Durante a sua permanência em Portugal, ganhou uma reputação de honesto e generoso, tendo ficado na memória de várias povoações, como Mogofores, Arcos de Anadia, Assumar e Portalegre.[2] Em Pombal, Fillol ofereceu um terreno à Câmara Municipal, para a construção de uma escola primária e de um bairro.[2]
Faleceu na cidade de Lisboa em 17 de Junho de 1891, aos 66 anos.[1] Faleceu pobre, sem ter conseguido realizar o seu sonho de construir uma residência permanente em Portugal, que ele considerava como pátria adoptiva.[2]
Homenagens
Em 5 de Setembro de 1878, o governo português concedeu a Alexandre Fillol o hábito da Ordem de Cristo, e em 13 de Dezembro de 1883 foi homenageado com uma comenda na Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa.[1]
Referências