Acerta-se o casamento entre Margarida de Valois e Henrique de Navarra, com o intuito de estabelecer a paz entre protestantes e católicos em uma época sacudida por guerras religiosas. O casamento da irmã de Carlos IX é ocasião para grandes festas na França e notadamente em Paris, onde o povo rejubila-se.
Nesta ocasião, o rei de Navarra e o almirante Gaspar II de Coligny reúnem a sua volta todos os grandes chefes huguenotes e creem em uma paz possível.
No entanto, para além da política, casam-se dois seres humanos que não se amam e pode-se observar, desde o início do romance, que cada um dos esposos possui outras ligações afetivas. Se a noite de núpcias não serve de ocasião para a consumação do casamento, ela é testemunha de uma aliança política estabelecida entre o rei e a rainha da Navarra, unidos pela mesma ambição pelo poder. A fidelidade (política) de Margarida em relação a seu marido é rápidamente provada, já que ela apela pela vida de Henrique quando do Massacre de São Bartolomeu, durante o qual Carlos IX, instigado por sua mãe, Catarina de Médicis, faz assassinar os grandes chefes protestantes reunidos em Paris para o casamento, com exceção dos príncipes de sangue, o Príncipe de Condé e o Rei de Navarra.
No entanto, o horrendo massacre faz também com que Margarida encontre o Conde de la Mole, senhor protestante vindo até Paris para oferecer seus serviços a Henrique de Navarra. Os dois estabelecem uma ligação amorosa. Porém a saúde de Carlos IX degrada-se, segundo Dumas devido ao veneno colocado por Catarina de Médicis nas folhas de um livro de caça endereçado a Henrique de Navarra e que o rei folheia indevidamente, suspeita-se de um complô e, já que há a necessidade de culpados, o amante de Margarida é preso, torturado e executado. Carlos IX morre e é sucedido pelo irmão, Henrique, coroado como Henrique III.
Fontes do romance
As fontes primárias de que dispunha Dumas (e sobretudo Maquet) para servir à história da Rainha Margot foram:
Discours sur Marguerite de Valois ("Discurso sobre Margarida de Valois", em português), em La Vie des dames illustres (1590-1600), Brantôme[1]
Les Mémoires de la Roine Margverite("As Memórias da Rainha Margarida", em português), surgidas ao final dos anos de 1620 e reeditadas diversas vezes[2]
Le Divorce Satyrique de la Reyne Marguerite ("O Divórcio Satírico da Rainha Margarida", em português)(1663) encontrado nas Memórias de Agrippa d’Aubigné