A 36.ª Cúpula dos Países Desenvolvidos(português brasileiro) ou 36.ª Cimeira dos Países Desenvolvidos(português europeu) realizou-se entre 25 e 26 de junho de 2010 na localidade de Huntsville, Ontário, Canadá.[1] Na edição da cimeira anual, os líderes das oito maiores economias mundiais concordaram em reafirmar o papel "contínuo e essencial" do grupo no cenário global[2] e concluíram "acordos de novas relevâncias".[3] Nesta reunião de cúpula, o formato e funcionamento do G8 foi reavaliado aos moldes das reuniões de cúpula do G20, que envolvem um fórum de discussão, planejamento e monitoramento da cooperação econômica internacional.[4]
Huntsville foi a quinta cidade canadense a sediar uma reunião de cúpula do G8 desde 1976;[5] as anteriores foram Montebello (1981), Toronto (1988), Halifax (1995) e Kananaskis (2002). No ano anterior, o governo canadense selecionou Huntsville, uma pequena cidade de 20 mil habitantes, como sede do evento internacional.[6] Além do Deerhurst Resort, a organização do evento ergueu instalações adicionais para garantir segurança e infraestrutura para os veículos de imprensa. Anteriormente especuladas como possíveis sedes, as cidades de Muskoka e Toronto foram desconsideradas pelo governo canadense; a primeira por conta da pequena população e a segunda por sediar a 4ª reunião de cúpula do G20 no mesmo ano.[7]
O agendamento tardio da cimeira do G20 - também no Canadá - afetou as programações do G8, sendo que a cimeira acabou reportada pela imprensa como uma "preliminar" aos eventos do primeiro.[8]
A 43.ª reunião de cúpula contou com a participação dos líderes dos sete Estados-membros do G8, além de representantes da União Europeia. O Presidente da Comissão Europeia têm sido um membro-convidado em todas as cimeiras desde 1981.[10]
Além dos membros principais, a delegação francesa anunciou o alargamento do grupo para "G14", que incluiria os oito países mais o "G5" (África do Sul, Brasil, China, Índia e México).[11] A reunião de cúpula também contou com a realização de uma sessão de sete países africanos, além da presença de líderes de Colômbia, Haiti e Jamaica.[12][13][14]
Tradicionalmente, o país-sede da reunião de cúpula do G8 define os temas a serem discutidos, o que é decidido primeiramente entre representantes multilaterais semanas antes da realização do evento. A relação de temas debatidos é publicada como uma declaração conjunta, proposta para assinatura pelos líderes presentes após o encerramento da cúpula. Na ocasião da 36ª reunião de cúpula, o então Primeiro-ministro canadense Stephen Harper afirmou:[1]
“
Como anfitrião, nosso governo terá considerável impacto sobre o tema. Será uma enorme oportunidade de promover os valores e interesses do Cnaadá; de defender oportunidades de comércio e mercados abertos; de assistir à uma ação global contra as mudanças climáticas; e de coroar valores como liberdade, democracia e direitos humanos e o vigor da lei.
”
No início de junho, Harper emitiu um comunicado mais específico, segundo o qual a cúpula trataria da reforma do setor financeiro global visando um possível apoio da União Europeia para retomar a estabilidade fiscal.[15]
A cimeira foi considerada uma oportunidade para resolução de conflitos entre os países representados. Na prática, o evento foi concebido como um cenário de negociações comerciais entre os países do G8 diante da crise financeira global.
Economia
O principal tema de debates durante a cúpula foi a recuperação econômica seguinte à crise econômica de 2008 bem como estratégias de administrar a crise da Zona do Euro, especialmente.
Tornar o crescimento compatível com a consolidação fiscal é importante não somente para o Japão, porém para todos os países do G8. O G8 demonstrou certo nível de compreensão sobre isso.
Tornei pública nossa necessidade de um crescimento sustentável e que crescimento e austeridade intelectual não precisam ser contraditórios. A discussão não foi controversa; houve um considerável entendimento mútuo.
Os programas nucleares iraniano e norte-coreano foram alvo de críticas pelos líderes da cúpula, que expressaram preocupação sobre uma possível desestabilização das relações regionais. Israel também foi criticada por seu contínuo bloqueio daFaixa de Gaza.[17] Além do programa nuclear, o governo norte-coreano também foi criticado pelo conflito que resultou no naufrágio de um navio sul-coreano nos meses anteriores.[18][19]
O Irã não está assegurando uma produção pacífica de sua energia nuclear. Os membros do G8 estão preocupados e creem absolutamente que Israel pode reagir preventivamente.
Os líderes da cúpula destinaram 5 bilhões de dólares à questões de ajuda internacional, menos do que os 50 bilhões previstos na reunião de cúpula de 2005. Esta quantia seria destinada principalmente às regiões mais pobres de África e Ásia.[20] Esta redução no volume de doações têm sido consequência provável da recessão econômica que afetou o planeta a partir de 2008.