Óquei Clube de Barcelos, mais conhecido como OC Barcelos ou simplesmente Barcelos, é um clube português de Hóquei em Patins sediado na cidade de Barcelos. É mais conhecido pela sua equipa de Hóquei em Patins profissional, que joga atualmente na Campeonato Placard Hóquei Patins, a competição mais importante do Hóquei em Patins Português.
Fundado a 1 de janeiro de 1948, é um dos clube mais representativos de Portugal, juntamente com o FC Porto, SL Benfica, Sporting CP e UD Oliveirense. Os principais rivais estão na região minhota e são o HC Braga e a Juventude de Viana. O clube nunca foi despromovido do campeonato desde que subiu à I Divisão em 1986. As alcunhas da equipa são "barcelenses", "Óquistas". Os seus jogos de Hóquei em Patins em casa são realizados no Pavilhão Municipal de Barcelos, inaugurado em 1972 e que tem uma capacidade de 2000 lugares.
O OC Barcelos é um dos mais bem sucedidos clubes portugueses no que toca ao total de títulos ganhos pela equipa de Hóquei em patins profissionais, com um total de 19 títulos oficiais. Venceu 1 título da Taça Intercontinental, 1 título da Liga dos Campeões, 3 títulos da Taça WSE, 1 título da Taça Continental e 1 título da Taça das Taças. Internamente, ganhou 3 títulos da I Divisão de Hóquei em patins, 4 títulos da Taça de Portugal Hóquei em patins, 4 títulos da Supertaça António Livramento e 1 título da Elite Cup.
O OC Barcelos está atualmente na 4ª posição no ranking mundial de clubes de Hóquei em Patins.[1]
História
Atualizado a 10 de maio de 2023
As origens e a fundação
O Hóquei em Patins chegou a Barcelos aquando dos primeiros campeonatos da modalidade, que já desenrolavam desde 1938, no entanto a fundação do Óquei Clube de Barcelos remonta a 1946. Tudo começou quando um grupo de jovens, onde se destacaram Cândido Cunha e Simplício Sousa, cansados da falta de condições e organização para a prática desportiva da modalidade na cidade, resolveram criar uma agremiação desportiva viriam a empenhar o seu tempo, mas também a sua irreverência, generosidade e camaradagem, construindo assim a "mística óquista".
A prática da modalidade na cidade fazia-se num pequeno ringue improvisado para a prática da modalidade no lugar chamado do Pessegal, local onde posteriormente foi construída as primeiras instalações das Piscinas Municipais, e atualmente faz parte da Nova Marginal do Cávado.
As dúvidas quanto ao nome
A decisão quanto ao nome do clube passou por várias propostas e discussão, contudo a principal questão passou por escrever o nome do clube com "h" ou sem "h". Cândido Cunha, um dos fundadores do clube defendia que se escrevesse com o "h" por simpatia com a Federação Internacional de Rink Hoquey. Durante o Estado Novo os nomes em estrangeiro eram rejeitados e inclusive os estatutos com o nome do clube em estrangeiro foram devolvidos para correções. Por influência de notáveis da cidade de Barcelos, como o conde Villas Boas (monárquico fervoroso e tradicionalista), o nome sem "h" acabou por vigorar, através do aportuguesamento da palavra "Hóquei".
Assim, a 22 de dezembro de 1947 era fundado na cidade de Barcelos, o "Óquei Clube de Barcelos". No entanto apenas foi legalizado a 1 de janeiro do ano seguinte, data a qual é festejada atualmente como data fundadora do clube.
Das décadas de marasmo à ascensão nacional
Após a estabilização do clube nos campeonatos nacionais, o OC Barcelos tornou-se numa presença assídua na II Divisão Nacional, no entanto sem conseguir atingir os lugares de promoção. Após várias décadas a jogar consecutivamente nas divisões inferiores, o OC Barcelos consegue a desejada promoção à I Divisão do Hóquei em Patins na temporada de 1985-86. O crescente investimento na modalidade e o entusiasmo que a cidade vivia durante aquela década de 80 (marcada pelo Mundial de 1982 disputada em Barcelos e com a consagração de Portugal como campeão do Mundo) elevaram o clube a outro patamar na modalidade. Desde que subiu em 1985-86 nunca mais desceu de divisão, e assim, a cidade de Barcelos e o OC Barcelos tornaram se num ícone do Hóquei em Patins Português.
Os anos de ouro (1986-2004)
Com a ascensão ao maior patamar do hóquei em patins português, o OC Barcelos iria começar a sua ascensão nacional, em 1987/88, na sua 2º temporada na I Divisão, os barcelenses qualificavam-se para a Taça CERS, conseguindo na época a seguir no ano de estreia chegar aos Dezasseis-avos final. Em 1989/90 o OC Barcelos consegue chegar às meias finais da Taça CERS e conseguiu atingir a qualificação para a Liga dos Campeões pela 1º vez na história, tendo na época de estreia no patamar mais alto europeu da modalidade, ser campeão europeu.
A década de 90 do século XX e os primeiros anos do novo século, os Óquistas viriam-se a afirmar em Portugal, na Europa e no Mundo, sendo a 1º equipa do mundo a conquistar todos os troféus e títulos com conquistas como o campeonato nacional por 3 ocasiões, vencendo por 4 vezes a Taça de Portugal e também 4 Supertaças António Livramento, seguiam se as vitórias nas provas europeias como a Taça das Taças 1992-93, da Taça CERS em 1994-95 e a Taça Continental em 1991. O título mundial foi vencido em 1992 com a vitória da Taça Intercontinental, frente ao Sertãozinho HC do Brasil, por 1-2 em São Paulo e em Barcelos por 7-3, sendo a primeira equipa portuguesa a conquistar o "mundo".
O declínio (2004-2011)
Depois de várias temporadas de sucesso, o OC Barcelos começa a perder folgo ao longo das temporadas por razões financeiras e de sucessivas crises diretivas. Na época 2003-04, o Barcelos deixa de conseguir ultrapassar a barreira da fase de grupos na Liga Europeia e na época a seguir o Óquei conquista o seu último troféu,até 2015-16, a Supertaça António Livramento vencendo o FC Porto depois de grandes penalidades. Com o passar das temporadas o OC Barcelos vai descendo cada vez mais na classificação, chegando a disputar play-offs de despromoção, embora sempre alcançando a permanência.
Na época época 2008-09 o Barcelos termina em 10º lugar no campeonato, perdendo assim o direito de participar nas competições europeias, seria a ultima época que o clube disputaria a Liga Europeia e as competições europeias ate a época 2012-13.
O recomeço e de volta às conquistas (2011-)
Após anos e anos sem rumo e com uma travessia do deserto, em 2011 Francisco Dias da Silva é eleito presidente do OC Barcelos (mais tarde seria eleito presidente do Gil Vicente FC), com a ambição de devolver o prestígio do passado.[2] Na temporada 2011/12 o OC Barcelos termina o campeonato em 7º lugar, conseguindo qualificar-se para as competições europeias da época 2012/13, algo que o clube já não conseguia desde a temporada de 2008/09. O clube de Barcelos vai lentamente reerguendo-se em Portugal e na Europa, voltando a fazer épocas consistentes e em 2014/15 o OC Barcelos volta a estar na ribalta do hóquei europeu ao chegar à Final-Four da Taça CERS perdendo nas meias finais para o Reus.[3] Na época seguinte o clube volta a ser feliz no panorama europeu ao conquistar a Taça CERS de 2015/16 em casa na "Catedral" 17 anos após a última conquista europeia em 1994/95[4]. Na época seguinte o OC Barcelos conquista o troféu pelo segundo ano consecutivo, (o 3º do seu palmarés) desta feita numa final-four disputada em Itália.[5]
Na época seguinte o OC Barcelos disputa a final da Taça CERS pelo terceiro ano consecutivo, tendo no entanto perdido o troféu após grandes penalidades para o Lleida.[6] Na época 2018/19 o OC Barcelos volta a participar na Taça CERS, então renomeada de Taça World Skate Europe mas acaba afastado administrativamente na ronda preliminar, devido a não ter designado nenhum treinador na ficha de jogo com o Nantes ARH, em França.[7]
Na época 2019/20 o OC Barcelos começou o campeonato com um excelente desempenho, contando com os regressos Luís Querido e de Alvarinho, chegando ao fim da primeira volta de forma surpreendente como líder isolado. No entanto o campeonato viria a ser considerado nulo devido à Pandemia de COVID-19 em Portugal numa altura em que o OCB tinha já caído para o 5º lugar a 12 pontos do líder.
Foi inaugurado em 1972, durante o Estado Novo, é a atual casa do Óquei Clube de Barcelos, clube mais representativo da cidade na modalidade. O pavilhão é propriedade da Câmara Municipal de Barcelos. É considerado por muitos amantes do Hóquei em Patins como "A Catedral" na modalidade. Atualmente é usado pelas equipas seniores e pela formação do clube para treinos e jogos oficiais, mas também pode ser usado como Multiusos para concertos, festas e outro tipo de atividades. O recinto conta com 4 bancadas.
O Pavilhão pode ainda albergar outras variadas modalidades desportivas como o Hóquei em Patins, o Futsal, Ténis, Karaté, Ninjútsu e o Judo.[18]
Em fevereiro de 2023, o Pavilhão sofreu uma enorme alteração, resultado da nova colocação de cadeiras que reduziu de forma drástica a capacidade do Pavilhão em número de espetadores. Atualmente a capacidade máxima do recinto corresponde a cerca de 2000 lugares sentados. A nova cor das cadeiras corresponde à cor que representa o OC Barcelos, em detrimento das antigas cores afetas à cidade de Barcelos, o vermelho e o amarelo respetivamente.